Depois de arrancado de áfrica, uma das formas de prisão dentre tantas, foi através da linguagem, tomando pelo dicionário que linguagem é qualquer e todo sistema de signo que serve de meio de comunicação de idéias ou sentimentos através de signos convencionados, sonoros, gráficos, gestuais etc. Nos prenderam, nos afastaram de tudo que é nosso. Com o a fim de tirar o que mais de humano existe em nós. E nos tempos de escravidão não foi diferente tentaram de todo jeito surrupiar nossa auto-estima. Por lei era proibido a negros o aprendizado de leitura e escritas e vários irmãos morreram ou foram levado ao tronco porque se aventurou a aprende a ler e escrever. Em paralelo esse universo de crimes horrendo que o homem branco cometeu, quero traçar a importância da literatura oral, muito presente no povo africano antes da invasão do homem branco em áfrica até os dias atuais. Em varias culturas tradicionais africanas o contador de historia é um mestre iniciador de crianças, jovens e até adulto. Em época de solidão durante os trezentos e muitos anos de escravidão o correio nagô esteve muito presente entre os negros para tramar levantes, recados amorosos de uma senzala a outra e varias informações rolando a surdina do senhor de escravo. Nos tempos atuais através das rodas de samba do rap e os versos que batucam nos corpos negros. Nos meados do século XVIII os documentos já registravam negros insurretos fugindo de toda forma do sistema de escravidão. Assinando sua própria carta de alforria com o aprendizado, mesmo que custando a vida, da leitura e escrita. Vários irmãos abolicionistas autodidatas insurgiram teus sonhos de liberdade através das palavras escritas e falada. Na década de trinta ainda. O movimento da Frente Negra Brasileira fundada em 1931, em 1933 lançaram o jornal A Voz da Raça importante instrumento de informação e enfrentamento do racismo. Quando em minha infância e adolescência passei assombrando pelos livros didáticos e outros textos tidos como clássico da literatura. Amarguei dolorosas experiências, carregando um mal-estar nas linhas alvas dos versos, contos e romances. Hoje entendo esses textos mais com um instrumento de tortura, pois quando essa literatura não contava em suas linhas a experiência negra, ela mostrava de uma forma estereotipada tudo que dizia respeito ao negro de uma forma negativa. Quando delicio meu coração e a menina dos meus olhos na leitura de um livro tido como literatura negra. Acredito eu, que os irmãos quando criam seus textos relacionado a experiência negra e trazem esse estigma de LITERATURA NEGRA, não estão querendo ser racista, mais sim se ver inserido dentro dessa magia que é a leitura e a escrita. Os poemas, contos e romances vem em uma ginga sabia e africana dizendo que não! Não somos esse estereótipo que seus textos ruins nos desenham! E se enegrecem as paginas tão alva e dão vida colorindo os livros, é por acreditar que esse esforço de arrancar o ser - humano que existe em nós, foi em vão. E essa escrita negra é uma faca onde brilham seus dois gumes, abrindo a ferida inflamada exposta em nossa face e desenhando cuidadosamente a liberdade. E o lume da justiça brilha também ferindo a santa paz de quem construiu impérios em nosso lombo Axé
Escritas negras
0
comentários
Akins Kinte
-
O Poeta

- Akins Kinte
- Akins Kintê operário da vida diária, nos momentos vagos delicia, briga e enamora as palavras.
Várzea - A Bola Rolada
Lançamento InCorPoros-Nuances de Libido
Quem nos Curte!
Mais Lidos
-
O poeta nasceu dia 23 de abril de 1927, em São Paulo. Ainda novo, aos 13...
-
Quer receber um poema “foda!” em sua casa? A partir de agora os amantes da literatura erótica vão poder se deliciar e presentear seus...
Marcadores
- Amigos Poetas (8)
- amor (3)
- Construções...para 1 Dia (1)
- declamando (1)
- erótico (5)
- Especial - Mulher (7)
- Eventos (20)
- homenagem (1)
- InCorPoros (3)
- manifesto (1)
- materia (1)
- Orações do Dia (3)
- Participações (8)
- Poesia - Dedicações (1)
- Poesia Erótica (1)
- Por Onde Ando (2)
- Racial (1)
- Reflexões (5)
- Sarau erotico (1)
- Social (1)
- Trabalhos (9)
- Zeca O poeta da Casa Verde (1)